segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Fúria", da diretora inglesa Sally Potter



Em setembro de 2009, um filme virou notícia no mundo inteiro por ser lançado ao mesmo tempo nos cinemas, na internet, em DVD e nos celulares dos Estados Unidos e de alguns países da Europa. A produção, que também surpreendeu por colocar o galã Jude Law no papel de um travesti, foi material para a imprensa de celebridades brasileira, mas nunca chegou a ser exibida por aqui.  Agora, pouco mais de um ano após o burburinho, “Fúria” foi ao ar à meia-noite deste domingo (12/12/2010), no canal pago GNT




Na trama, um jovem blogueiro usa o celular para fazer entrevistas com modelos, donos de marcas, coordenadores de desfiles, jornalistas e outros habitués das passarelas. Enquanto ele tenta montar um retrato real dos bastidores do mundo fashion, um assassinato acontece e todos passam a ser suspeitos do crime. A mudança de papéis – de entrevistados para interrogados – detona crises pessoais e expõe os problemas de um sistema que transpira perfeição e glamour para quem está de fora.



A roteirista e diretora Sally Potter decidiu inovar também na forma de contar a sua história, que vai se delineando em uma série de monólogos dos personagens. Não há ação direta, não há cenário e nem ao menos uma trilha sonora para amenizar o estranhamento causado pelos constantes discursos (alguns bem tediosos, inclusive). Para segurar o espectador, a saída foi apostar em um elenco talentoso composto por Jude Law, Judi Dench, Dianne Wiest, Steve Buscemi, John Leguizamo, Lily Cole,  e muitos outros, que tiraram da falta de recursos motivo para mostrar atuações dignas de elogios.

O trabalho dos atores beira ao impecável, contudo o roteiro é em muitas vezes cansativo, clichê em alguns momentos, e o que poderia ser um filme curto, se estende em momentos de puro tédio. 

Ainda que seja um filme cansativo e de qualidade oscilante, “Fúria” merece ser visto por mostrar a linguagem inovadora escolhida pela diretora e pelas maravilhosas atuações.

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