Em setembro de 2009, um filme virou notícia no mundo inteiro por ser lançado ao mesmo tempo nos cinemas, na internet, em DVD e nos celulares dos Estados Unidos e de alguns países da Europa. A produção, que também surpreendeu por colocar o galã Jude Law no papel de um travesti, foi material para a imprensa de celebridades brasileira, mas nunca chegou a ser exibida por aqui. Agora, pouco mais de um ano após o burburinho, “Fúria” foi ao ar à meia-noite deste domingo (12/12/2010), no canal pago GNT
Na trama, um jovem blogueiro usa o celular para fazer entrevistas com modelos, donos de marcas, coordenadores de desfiles, jornalistas e outros habitués das passarelas. Enquanto ele tenta montar um retrato real dos bastidores do mundo fashion, um assassinato acontece e todos passam a ser suspeitos do crime. A mudança de papéis – de entrevistados para interrogados – detona crises pessoais e expõe os problemas de um sistema que transpira perfeição e glamour para quem está de fora.
A roteirista e diretora Sally Potter decidiu inovar também na forma de contar a sua história, que vai se delineando em uma série de monólogos dos personagens. Não há ação direta, não há cenário e nem ao menos uma trilha sonora para amenizar o estranhamento causado pelos constantes discursos (alguns bem tediosos, inclusive). Para segurar o espectador, a saída foi apostar em um elenco talentoso composto por Jude Law, Judi Dench, Dianne Wiest, Steve Buscemi, John Leguizamo, Lily Cole, e muitos outros, que tiraram da falta de recursos motivo para mostrar atuações dignas de elogios.
O trabalho dos atores beira ao impecável, contudo o roteiro é em muitas vezes cansativo, clichê em alguns momentos, e o que poderia ser um filme curto, se estende em momentos de puro tédio.
O trabalho dos atores beira ao impecável, contudo o roteiro é em muitas vezes cansativo, clichê em alguns momentos, e o que poderia ser um filme curto, se estende em momentos de puro tédio.
Ainda que seja um filme cansativo e de qualidade oscilante, “Fúria” merece ser visto por mostrar a linguagem inovadora escolhida pela diretora e pelas maravilhosas atuações.
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